Na década de 1940, nas proximidades da então Monte Alegre da Bahia, hoje Mairi, começou a história do município de Várzea da Roça. Esta localidade nascera sob os olhos auspiciosos daqueles que na época transportavam o progresso pelas velhas estradas: os tropeiros, que cavalgavam pela via que ligava Morro do Chapéu a Feira de Santana. Esses condutores da prosperidade carregavam em lombos de animais, produtos diversos para atender as demandas e necessidades das localidades por onde passavam.
Por haver um grande movimento de pessoas naquele local, estrategicamente o Sr. José Mendes improvisou um barracão próximo a essa estrada e a uma grande lagoa, na Fazenda Várzea da Roça, denominada desta forma por se tratar de uma área de várzea (lagoa rasa).
Ali se comprava e vendia produtos de cultura local, como também produtos industrializados que vinham de cidades distantes. Configurando-se ponto obrigatório de passagem para mercadorias e pessoas que se deslocavam pela estrada de Morro do Chapéu e assim se procede até 1945. Nesse ponto, surge mais um personagem que passa a desempenhar um papel relevante para a futura cidade: o Sr. José Coelho.
A localização privilegiada do barracão, quando aliada à perspectiva de expansividade habitacional, causou euforia em seus idealizadores que resolvem então procurar o Sr. José Bastos. Os três “Josés", juntos, começam a somar esforços e buscar incansavelmente o desenvolvimento local e o dinamismo do comércio, com a idéia de implantação de um povoado.
De acordo a ordem cronológica dos fatos, a primeira casa erguida foi a de José Coelho na praça onde hoje leva o seu nome. José Cerqueira construiu a segunda casa, seguido de José Mendes, Cláudio Gomes e José Bastos. Com exceção deste último, todos construíram suas casas onde hoje se localiza a Praça José Coelho, Centro da Cidade. E foi a partir desse ponto que Várzea da Roça começou a se desenvolver.
O barracão, também, era ponto de parada dos tropeiros que por ali passavam, com o objetivo comercial. Assim, aquilo que inicialmente era só uma fazenda, teve a iniciação do seu povoamento com a doação de terras feitas pelo Sr. José Alves Bastos, em 1945, ao Sr. José Coelho. Este loteou o terreno conquistado e as pequenas parcelas de terra foram novamente doadas com o intuito de que as pessoas beneficiadas construíssem as casas. Deu-se início à vida social em Várzea da Roça.
Com o advento do desenvolvimento da localidade pertencente ao município de Monte Alegre – Mairi, a população do então povoado de Várzea da Roça sentiu a necessidade da independência, quando alguns moradores com uma visão política e de desenvolvimento começou a campanha por emancipação. Otávio Barros, Manoel Sales entre outros se empenharam para que o plebiscito acontecesse.
Mais precisamente no dia 25 de novembro de 1984, aconteceu o tão sonhado plebiscito, onde o “SIM” predominou. No dia seguinte o senhor Otávio Barros, entregou o resultado ao Poder Judiciário, onde foi protocolado sobre o numero 9796, para confirmar a vontade do povo de Várzea da Roça de se tornar emancipada.
Em 25 de fevereiro de 1985, através da Lei Estadual nº. 4401 a emancipação foi sacramentada após um longo período de luta do povo varzeano, permanecendo o nome de Várzea da Roça para o agora Município.
Com a emancipação o novo Município herdou os povoados de Morrinhos, Barracas, Várzea do Meio, Cruz de Almas, Poço do Quilombo e Campo de São João. No mandato do então prefeito Wilson Mascarenhas (1989-1992) foi criado os Povoados de Várzea da Praia e Lagoa das Pedras e os mais recentes: a Vila Nova dos Irrigantes e Chapa da Várzea da Roça.
HISTÓRICO DA BANDEIRA E DO BRASÃO DO MUNICÍPIO DE VÁRZEA DA ROÇA
No ano de 1990, na gestão do então prefeito Wilson Mascarenhas, Várzea da Roça sediou os jogos regionais da Chapada Diamantina, até então o município não tinha nenhum símbolo que o representasse oficialmente, vendo que os demais municípios que participaram dos jogos tinham suas bandeiras, o professor, artista plástico e então Secretário de Educação do município, Valdeni de Souza Rios, mais conhecido como Valceni, idealizou e desenhou o Brasão e a Bandeira do município de Várzea da Roça. No ano de 1991, Várzea da Roça participou dos jogos e já tinha sua representação. Passou-se dois anos, já como vereador, Valceni apresentou o Projeto de Lei que cria oficialmente a bandeira e o brasão. Foi em 13 de agosto de 1993 que a Lei 003/93 foi aprovada por unanimidade e sancionada pelo então prefeito Adernoel Almeida da Cruz. Lá estava o professor Valceni tendo a honra de aprovar com os demais vereadores, a Bandeira e o Brasão que havia idealizado e desenhado. Na ocasião o município recebeu como doação todo o projeto em formato gráfico, sem nenhum custo ao erário, o que isso significa, o município não teve nenhuma despesa. A partir, dessa data, todos os eventos e documentos oficiais do município passariam a usar esses símbolos. E foi no 07 de setembro de 1993, que a Bandeira de Várzea da Roça foi inaugurada oficialmente, com participação da Fanfarra do Instituto Educacional São José. Segundo Valceni, as cores da Bandeira foram uma junção das cores da Bandeira do Brasil e da Bahia, os desenhos do Brasão foram para representar a cultura do município. O milho representando a agricultura, o boi a pecuária, o Ouricuri que na época era uma das fontes de renda, o ramo representando o Padroeiro São José e o no centro a representação da Barragem do Jacuípe. Vale ressaltar, que esse texto foi feito a partir das informações do professor Valceni e do projeto de Lei que se encontra na Câmara Municipal de Vereadores de Várzea da Roça, e que esses símbolos é a marca do Município de Várzea da Roça, não é marca de nenhuma gestão ou gestor. E que os documentos oficiais deverão ter o Brasão, assim como os documentos estaduais e federais tem o brasão do estado e do país.
Texto Professora Márcia Santos
Fonte de Informação
Professor Valceni Rios
Câmara Municipal de Vereadores de Várzea da Roça, Vereador Odailton Rios.
Povoado de Morrinhos
O povoado de Morrinhos tem data de criação 16 de agosto de 1909, é o povoado mais velho do Município de Várzea da Roça, por ter um monte onde se faz romaria na Semana Santa, foi batizado como “Morada da Fé”, muitos dos habitantes de Morrinhos, vivem da prática de fazer telhas e blocos de cerâmica. As mulheres fazem também utensílios de cerâmica, para comercializar na feira livre de Várzea da Roça.
Povoado de Barracas
No ano de 1971 o senhor Otávio de Souza Rios conhecido popularmente como Dotinho, resolveu colocar uma barraquinha de palha às margens da estrada que ligava o povoado de Várzea da Roça ao povoado de Morrinhos, anos depois seu “Dotinho” foi embora e a senhora Nedina ficou responsável pela barraquinha, onde comercializava doce, bolos e outros alimentos. O povoado então começou a surgir e recebeu o nome de Barracas em homenagem a barraquinha de seu “Dotinho”. Os primeiros moradores do povoado foram seu Alfredo, seu Dezinho e seu Hermínio.
No mandato do prefeito Raimundo Augusto, mais precisamente no ano de 1975, foi comprado uma área de terra para a construção do Prédio Escolar, em 1977 a Escola Manoel Maia Rios foi aberta tendo como primeira professora a senhora Rozeneide Souza Rios.
Povoado de Várzea do Meio
Segundo seu Oresto Borges ele chegou em Várzea do Meio em 1972, e encontrou o primeiro morador da localidade, José Divino conhecido popularmente como “Zé Bregueço” que morava numa barraca de palha, em dezembro de 1974 chegou Daniel. Logo após chegou Vadinho de Lourenço e Guel de Neuzinho, a partir desses cinco moradores o povoado foi se desenvolvendo. O primeiro prédio escolar foi construído na administração de Deraldo Cedraz. Atualmente é um dos povoados mais desenvolvidos do município.
Povoado de Cruz de Almas
A comunidade de Cruz de Almas nasceu na década de vinte (20), quando o senhor José Barbosa, que vendo uma cruz de caminhos de duas estradas boiadeiras decidiu fixar residência. O senhor José Barbosa resolveu construir perto daquela encruzilhada um cemitério e uma igreja. Com o passar do tempo as pessoas começaram a construir suas casas ao redor da igreja.
Em 1959, o prefeito Carlos Nunes, vendo que a comunidade esta se desenvolvendo, construiu um prédio escolar, que teve como primeiro nome Liberato Gonçalves de Oliveira e como primeira professora a senhora Argemir Gonçalves de Oliveira. A comunidade foi crescendo e se transformou em um povoado do município de Monte Alegre, (hoje Mairi). Na gestão do prefeito Raimundo Augusto foi realizado uma reforma na escola e dai em diante a mesma passou a se chamar Sebastião Felipe de Almeida, a pedido de seu Arnold da Cruz, genro de Sebastião, pois havia sido um dos contribuintes para o crescimento do povoado.
Distrito de Campo de São João
O Povoado de Campo de São João iniciou-se no ano de 1960. A área de construção do povoado chamava-se Fazenda Boa Vista, a qual pertencia ao Sr. Manoel Assis Pacheco, popular Tié. Seus primeiros moradores foram o Sr. José Américo, João da Palma, Cosme, Damião e Martinho Silvino.
Além dos primeiros moradores contribuíram para o crescimento da nossa localidade também os senhores Pedro Mota, José Rufino, Manoel Pacheco, Alexandre, José Lopes, Daniel Marques Carlos Nunes, Aprígio e outros.
O nome Campo de São João surgiu de um desejo do Sr. Aprígio Barreto por ter uma área de terra com esse nome. Logo depois os moradores decidiram que o padroeiro seria São João Batista devido o nome Campo de São João.
Na gestão do prefeito Carlos Nunes, foi construído o primeiro prédio escolar que recebeu o nome de Maria Madalena São Paulo Nunes, que oferecia turmas de 1ª a 4ª série, anos depois com o desenvolvimento do povoado houve a necessidade de ter uma escola maior e que oferecesse o ensino fundamental II, na gestão do prefeito Manoel Sales Rios (1986/1988) foi construído um novo prédio escolar que recebeu o nome de Manoel Martiniano de Almeida e a Associação Comunitária de Campo de São João oferecia os professores.
Povoados de Várzea da Praia e Lagoa das Pedras
Os povoados de Varzea da Praia e Lagoa das Pedras, foram fundados na administração do prefeito Wilson Mascarenhas entre 1989 e 1992, as margens da Barragem São José. Essas terras, antes pertenciam a alguns agricultores, nos anos 80 o Governo Estadual resolveu realizar um projeto grandioso, então indenizou os moradores da região e assim construiu a barragem que foi inaugurada no dia 28 de julho de 1985, pelo governador João Durval. Como a terra era produtiva e cercada de ilhas, surgiu os primeiros irrigantes.
João Barbosa de Oliveira conhecido popularmente como João Pé-de-Serra, foi um dos colaboradores na construção das primeiras casas de Várzea da Praia, lá foram construídas 20 casas populares, a primeira escola que recebeu o nome de Tancredo Neves e um pequeno posto de saúde. O Povoado foi se desenvolvendo e se tornou um dos pontos turísticos mais visitados do município, popularmente chamado de Prainha. Os habitantes tiveram o cultivo de lavouras de tomates e quiabos como principal renda familiar por muito tempo. Porém, por conta do grande consumo de água e da falta de chuva para reabastecer a barragem, muitos acabaram com suas plantações, buscando outros meios para sobreviver. Em dezembro de 2001 na gestão do prefeito Manoel Sales, foi realizada a primeira tarde de sol do povoado, uma festa que atraia muitos turistas.
O povoado de Lagoa das Pedras tem o histórico muito parecido com o de Várzea da Praia, ambos foram constuídos no mandato do prefeito Wilson Mascarenhas (1989-1992) assim como em Várzea da Praia, foram construídas vinte (20) casas populares, um (1) prédio escolar que recebeu o nome de Getúlio Vargas, e um (1) posto de saúde, quem mais se empenhou para o desenvolvimento do novo povoado foi seu Miguel Xavier Paixão conhecido como “seu Nitor” e uma das primeiras famílias a chegar ao novo povoado foi a de seu Zé de Nego.
Povoado de Vila Nova dos Irrigantes
A Vila Nova dos Irrigantes nasceu a partir do desenvolvimento do perímetro irrigado que foi implantando no município no ano de 1998, às margens da BA-130, onde até então se concentravam poucas casas e um prédio escolar que fora construído quando ainda pertencia ao município de Mairi, o povoado foi desenvolvido mais precisamente na Fazenda Lameiro II e atualmente é o que mais cresce em todo o município. Tornou-se oficialmente povoado depois de aprovada a Lei Municipal 352 de 03 de outubro de 2011.
Povoado de Chapada de Várzea da Roça
As comunidades popularmente conhecidas de Chapada de Dentro e Chapada de Fora, se unificaram e tornaram povoado a partir da Lei Municipal 464 de 09 de Junho de 2017. A formação da vila se deu a partir do crescimento que existia há 12km da sede municipal, na estrada que liga Várzea da Roça aos povoados de Cruz de Almas e Campo de São João. Foi com o crescimento urbano daquelas localidades, as Chapadas, que teve como necessidade a denominação do povoado, assim, oficialmente, chamado de Chapada de Várzea da Roça.
Povoado Poço do Quilombo
O povoado Poço do Quilombo é originado da Fazenda Quilombo. Ela foi fundada no ano de 1918. O nome “Poço” refere-se a um pequeno poço de água existente no terreno da fazenda, onde os moradores da região apanhavam água para suas necessidades. Já o “Quilombo” é atribuído aos escravos fugitivos dessa época, que segundo os moradores desta fazenda encontraram vários vestígios de morada de escravos no meio do matagal, como fornos, objetivos de barros, de madeira, etc. Daí surgiu o nome Poço do Quilombo.
A fazenda Quilombo era do Dr. Aurélio de Riachão do Jacuípe, anos depois a fazenda foi comprada por Juvino Pacheco de Oliveira. Quando o povoado começou a crescer nas terras do senhor Juvino, a fazenda passou a se chamar Quilombo Velho e o povoado recebeu o nome de Poço do Quilombo.
Na gestão do prefeito Carlos Nunes foi fundada construído um prédio escolar que recebeu o nome de Francisco Barros Rios, que funciona o Ensino Fundamental I, tendo como primeira professora Normeide Araújo Rios.